quinta-feira, 9 de junho de 2011

Iconografia do Morro de Santo Antônio

Por Gabriela Plácido e Luiza Sertã
Orientação do Prof. Roberto Segre


O objetivo inicial na pesquisa era realizar um levantamento histórico de uma iconografia do Morro, procurando informações sobre seus aspectos espaciais, sociais e culturais, o desenvolvimento de seu desmonte e as diversas propostas de projeto para a Esplanada de Santo Antônio. Num primeiro momento, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em diversas bibliotecas da cidade a procura de livros, periódicos, artigos e documentos que retratassem algum dos aspectos relativos ao Morro. As bibliotecas pesquisadas foram ao do Paço Imperial, a do IPHAN, do Clube de Engenharia, da FAU-UFRJ e do IPPUR.

Posteriormente, foi realizado um levantamento de fotografias do Morro para a análise das construções que existiam e de como se deu seu desmonte, além do levantamento de mapas antigos da cidade e dos Projetos de Alinhamento da região para a análise do desenvolvimento do traçado urbano do Morro. Nessa etapa fomos aos arquivos do Museu da Imagem e do Som, ao Arquivo Geral da Cidade e na Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura. Foi encontrado um vasto material sobre o Morro que foi fichado e copiado para melhor manuseio das informações. Dentre esse material damos destaque a Revista Municipal de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal (PDF), periódico publicado de 1932 até 1993, que contém informações abrangentes sobre o Rio de Janeiro enquanto Capital Federal.


Foi encontrado um artigo que tratava do projeto vencedor de um Concurso de Embelezamento do Morro de Santo Antônio, do arquiteto Penna Firme, com a proposta de construção de uma Catedral. Também é importante citar o grande acervo de fotos da cidade do fotógrafo Augusto Malta, que trabalhou como fotógrafo para a prefeitura do Rio de 1900 a 1930, que tem sido fonte valiosa de informações sobre o período estudado.

Arquitetura e Cultura: Joseph Gire no Rio de Janeiro

Por Daniel Athias e Letícia Dias
Orientação da Prof. Maria Cristina Cabral

Foi iniciado neste mês o levantamento do material sobre o Ed. Praia do Flamengo e o Hotel Copacabana Palace, através de pesquisa por imagens e documentos na internet e nas bibliotecas da FAU, do IPPUR e do PGG. Ao mesmo tempo, foram catalogados os dados através do registro fotográfico e da utilização deste material, para complementar as fichas de pesquisa e iniciar o processo de digitalização das plantas do Ed. Praia do Flamengo, utilizando o AutoCAD como recurso básico.


Para o aprofundamento teórico referente ao tema, efetuamos a leitura do "Guia da Arquitetura Eclética do Rio de Janeiro” com o intuito de complementar a ficha para cada edifício; do livro “Característica dos Estilos” e “Reconnaître Lês Façades” para complementar o entendimento sobre o estilo Luís XVI, muito referenciado nas obras de Joseph Gire; do livro “Henri Paul Pierre Sajous: Conceito, Projeto e Obra” para utilizar da metodologia em nosso trabalho; do livro “A História dos Bairros: Copacabana”; e a tese “Uma História da Habitação Coletiva na cidade do Rio de Janeiro – Estudo da Modernidade Através da Moradia”, que são referencias no contexto urbano para cada edificação.


Os resultados obtidos através desse processo foram a digitalização da planta tipo do Edifício Praia do Flamengo e o desenvolvimento da maquete eletrônica do Copacabana Palace já iniciada pelo ex-bolsista Victor Halfen. Também foram complementadas as fichas dos edifícios, e foi feita uma analise comparando o Ed. Praia do Flamengo com os estilos citados nos livros “Característica dos Estilos” e “Reconnaître Les Façades”.

As maiores dificuldades neste processo foram na obtenção de material nas bibliotecas e na digitalização da planta do Edifício Praia do Flamengo, onde haviam dificuldades no encaixe deste compartimento junto à planta geral por conta das imprecisões do documento original.

Modelo Digital de Paraty

Por Arthur Naressi e Bruno Caio de Oliveira
Orientação dos Profs. Naylor Vilas Boas e Rodrigo Cury



No mês de maio foi realizada a conclusão da primeira etapa da pesquisa relacionada a Paraty. Durante a pesquisa, foram desenvolvidos modelos tridimensionais reresentando o município em escalas urbana e territorial, de acordo com diretrizes de versatilidade apontadas pelo prof. Naylor Vilas Boas em sua pesquisa. Foi montada uma apresentação, inicialmente destinada ao grupo de pesquisa da Prof. Raquel Tardin, responsável pelo projeto de extensão onde a pesquisa se vincula, explicando os principais resultados, dificuldades e potenciais. Iniciamos também a produção de um artigo descrevendo a metodologia utilizada nesse trabalho, que está em fase de preparação.


A interação direta com o grupo da Raquel Tardin foi colocada temporariamente em segundo plano e iniciamos um novo direcionamento a pesquisa, voltando as atenções à criação de interfaces gráficas e bancos de dados destinados a abarcar diversas pesquisas desenvolvidas pelo LAURD, tendo como ponto de partida os produtos relacionados a Paraty. Foi feita uma discussão conceitual sobre os processos e possíveis evoluções do meio digital, além de coleta de referências para estes modelos de interação a ser desenvolvido.

Modelagem Digital do Morro de Santo Antônio e da Rua da Carioca

Por Bianca Casale e Maria Elisa Viana
Orientação dos Profs. Naylor Vilas Boas, Roberto Segre e Gilson Koatz

Dando continuidade à pesquisa sobre o Morro de Santo Antônio, foi iniciado um processo de organização dos antigos Projetos de Alinhamento e de Loteamento (PAs e PALs) abrangendo o Largo da Carioca e a Rua da Carioca, disponibilizadas pela Prefeitura do Rio de Janeiro (http://www2.rio.rj.gov.br/smu/). O objetivo é identificar os planos relevantes que foram propostos para a Esplanada de Santo Antônio.

Para o controle e orgnaização do trabalho, foi necessário criar uma tabela com os números das PAAs e PALs, sua situação de download no site, localização e observações a respeito de cada plano para reunir em um mesmo arquivo informações diversas. A partir desse ponto, iniciamos a montagem dos documentos que estavam divididos em três ou mais arquivos escaneados.

Ao mesmo tempo, a partir da digitalização feita pelo bolsista Marllon Sodré, demos continuidade à modelagem digital do Morro de Santo Antônio. Foi feito um trabalho de cruzamento das informações entre dois mapas, onde definimos as curvas de nível originais, bem como os caminhos e sua ocupação inicial.

Uma dificuldade foi representar a curva de nível zero, já que documentalmente ela não foi encontrada em nenhum dos mapas ou planos pesquisados. Foi necessário um trabalho de interpretação das curvas, para definir um limite para o Morro. Definidos os níveis originais, transformamos as curvas em faixas de níveis, escalados em tons de cinza a fim de preparar a base para a futura modelagem 3D.

A Paisagem Gráfica da Cidade

Por Mariana Alvares e Andrea Baran
Orientação dos Profs. Joy Till e Roberto Segre

Desde outubro de 2010, a pesquisa estava direcionada para a análise e classificação das fotos que foram tiradas na visita ao Morro de Santo Antônio. Nesse momento, a Prof. Joy Till, orientadora do trabalho, tomou a decisão de ampliar o local de estudo, que antes estava restrita ao entorno do Largo da Carioca, já que na segunda visita foi analisada a área da Lapa. Com a ampliação das áreas visitadas, está sendo discutida a definição do perímetro de área de estudo. Consideramos importante incluir a Av. Rio Branco e há também discussões com o Prof. Segre da importância da inclusão da Rua do Lavradio.

No mês de maio demos continuidade ao trabalho de organização das fotos das últimas visitas no Flickr , organizando-as através de TAGS e coleções/álbuns a fim de disponibilizar as imagens para pesquisas on line. Cada imagem é classificada através de grupos de tags, anteriormente definidas, tais como "orientação", "sinalização", "camadas", "acessibilidades" etc.

Após serem classificadas, as fotos são atualizadas e localizadas no mapa do Flickr. A idéia é fazer do fotolog uma forma de interação, que as pessoas comentem e que surjam debates sobre a estrutura urbana. As fotografias também foram agrupadas em albuns definidos anteriormente. Os albuns ficam divididos no Flickr em coleções, atualmente duas: "camadas_e_mais_camadas" e "emissores". A organização das TAGS e análise das imagens nos levaram a questionar a necessidade da criação de novas TAGS que classificam situações constantes na área como, por exemplo, o problema social, a segurança e a sinalização dirigida ao condutor.

Nesse momento da pesquisa iremos focar na questão de orientação urbana. Para isso vamos pesquisar modelos já adotados em outras cidades, como Londres e Barcelona. Também iremos pensar em um modo de representação gráfica para o nosso estudo. A idéia inicial é que, a partir de uma base com um mapa da área estudada, sobrepor camadas que analizem os tipos de fluxos, a sinalização na região, edifícios que servem de pontos de referência de localização, mobiliário urbano, etc. Também está planejada uma nova visita ao local de estudo, de modo a focar o olhar para a questão da orientação urbana.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

As pesquisas que fazemos

Vamos reproduzir aqui um pequeno trecho do que foi escrito sobre as pesquisas, e que vão ser apresentadas na Jornada de Iniciação Científica em outubro:

De D. João VI a D. Pedro II:
O Caminho das Lanternas no Rio de Janeiro (1808-1852)

O objetivo desta pesquisa foi analisar detalhadamente este percurso, e verificar a imagem criada pelos artistas e pintores, entre os anos 1808 e 1852, dos principais pontos que identificavam a passagem do Rei e posteriormente do Imperador D. Pedro I: a saída da Praça XV pela Rua da Misericórdia, que culminava no Largo da Carioca, seguindo pela Rua do Piolho até o Rossio Grande (Praça Tiradentes). Depois, através da Rua do Conde e atravessando o Campo da Aclamação para chegar ao Caminho das Lanternas (ou Caminho do Aterrado), traçado em uma área de mangues e pântanos. Marcava o final deste percurso a Ponte dos Marinheiros sobre o Saco de São Diogo, que então seguia até a Quinta da Boa Vista.

Catalisadores Urbanos:
O Hotel Copacabana Palace e o Edifício Praia do Flamengo

Na fase anterior da pesquisa Arquitetura e Cultura: transformações urbanas modernas e contemporâneas, foram levantadas as principais obras do arquiteto francês Joseph Gire realizadas na cidade do Rio de Janeiro, bem como sua biografia e trajetória profissional. Nesta fase da pesquisa, estão sendo aprofundados dois ícones catalisadores das transformações urbanas em seus respectivos bairros: o Hotel Copacabana Palace (1923) em Copacabana e o edifício residencial Praia do Flamengo (1923), no Flamengo.

O Morro de Santo Antônio e a Rua da Carioca:
Investigação Digital sobre a Forma Urbana no Século XIX

Nesta etapa, volta-se para o espaço urbano definido por uma das bordas do Morro de Santo Antônio e a vizinha Rua da Carioca. Sendo propriedade dos religiosos desde o século XVI, que ali construíram o convento de Santo Antônio e igrejas até hoje existentes, o morro sempre teve uma ocupação rarefeita, enquanto a cidade ao seu redor apresentava um expressivo crescimento ao longo do tempo. Portanto, voltamos nosso olhar para um trecho da cidade definido pela Rua da Carioca e pela borda do Morro que define um de seus limites, a fim de investigar a forma e as dinâmicas de transformação urbana da área ao longo do século XIX, exatamente no momento histórico em que o Morro de Santo Antônio passa a ser objeto de estudo dentro de uma lógica urbanística.

Métodos Gráficos em Estudos Urbanos:
O Caso da Construção Digital do Município de Paraty

Este trabalho é parte de uma abordagem interdisciplinar que reúne diferentes laboratórios de pesquisa, de diversas escolas da UFRJ, em torno do Projeto de Extensão "Análise, Ordenação e Projeto da Paisagem de Paraty". Neste contexto, o Laboratório de Análise Urbana e Representação Digital participa e contribuiu com sua experiência na representação gráfica e modelagem digital urbana. Portanto, pretende-se apresentar as diretrizes metodológicas que foram discutidas e sistematizadas no processo de construção digital do município de Paraty.

Projetos Urbanos para o Morro de Santo Antônio (1900-1950): Levantamento e Organização Iconográfica

Desde a segunda metade do século XIX, foram elaboradas sucessivas propostas para derrubar os morros do Castelo e de Santo Antônio, localizados na área central do Rio de Janeiro, sem que nenhuma delas fosse concretizada. Na ocasião, com os esforços técnicos e financeiros concentrados no arrasamento do Castelo, o Morro de Santo Antônio, situado nas suas proximidades, foi poupado das forças do "progresso" que procuravam transformar o Rio de Janeiro em uma cidade moderna e cosmopolita. Portanto, esta pesquisa se propõe a documentar os diferentes projetos urbanísticos elaborados na primeira metade do século XX, reunindo os planos detalhados de cada uma das propostas, assim como a documentação iconográfica sobre as transformações do morro, os prédios ali situados e as mudanças acontecidas nas suas adjacências.

Paisagem Gráfica Carioca:
Um Olhar sobre o Centro da Cidade

Esta pesquisa se desenvolve a partir do reconhecimento dos elementos comunicacionais em torno da Esplanada de Santo Antônio. Moradores, trabalhadores e turistas compõem um grande fluxo de indivíduos de diferentes procedências geográficas e bases sócio-culturais, que se utilizam dos sistemas comunicacionais ali presentes. Após a seleção e categorização dos registros iconográficos realizados na primeira etapa, observamos seus aspectos formais, funcionais e simbólicos. Dando continuidade, agora destacamos as comunicações relacionadas aos sistemas de transporte público e de orientação de trânsito e pedestres, identificando questões a serem trabalhadas no sentido de melhorar a experiência dos moradores e visitantes de nossa cidade.

De volta com uma nova abordagem

Depois de algum tempo sem postagens, começamos novamente a falar de nossas atividades, inaugurando uma nova abordagem, da qual os nossos alunos passam a participar ativamente do registro cotidiano das pesquisas que são desenvolvidas no LAURD.

A equipe do laboratório está bem grande. No momento, são 10 alunos de iniciação científica, cinco professores efetivos e um visitante, além de dois outros professores de outras faculdades - PUC e Gama Filho - que são integrados na equipe como pesquisadores enquanto fazem seus doutorados.

Para organizarmos os trabalhos, essa gente toda foi dividida em sub-equipes formadas por um ou mais professores orientadores junto com um grupo de alunos, que ficam trabalhando diretamente com eles. Cada sub-equipe está desenvolvendo um estudo específico, que será apresentado no final do ano na Jornada de Iniciação Científica da UFRJ.

A partir de agora, a equipe do laboratório passa a se reunir toda primeira quarta-feira do mês em um encontro geral, onde a produção do mês de cada sub-equipe é discutida coletivamente, e onde as ideias circulam e são refinadas por todos. Como resultado, os alunos vão escrever um texto falando sobre suas pesquisas, e que vai alimentar nosso blog a partir de agora.

Na próxima próxima postagem, vamos falar um pouco mais sobre os temas que estão sendo estudados, e depois passaremos a palavra para os nossos alunos.